segunda-feira, 12 de março de 2012

Danish Spirit



18-9-2011. Estádio Olímpico João Havelange.

Estava bastante afastado do estádio, mais de um mês, acho. A grana estava curta. Resolvi deixar pra voltar num clássico...se fosse pra faltar grana, seria em uma partida menos relevante. Enfim, isso tudo não importa por aqui. O legal foi com o que me deparei dentro da "arquibancada". Entre aspas, porque arquibancada pra mim não pode ter cadeira.

Cheguei um tanto em cima da hora, e a arquibancada Norte já estava "cheia". Não cheguei a ver o grupo de turistas chegando. Mas me diverti bastante com eles, assim como os outros que lá estavam.

As dinamarquesas são lindas, isso é algo pouco contestável. Eu olhava para o grupo e não conseguia achar uma que fosse feia. Mas eles são meio ruins de vibração. À exceção de um ou outro mais animado(talvez bêbado), se portavam como em um teatro. Aliás, é engraçado como a Dinamarca não tem clubes fortes, apesar de sua seleção ter alguma tradição. Mas esse também não é ponto em questão.

A questão realmente bacana foi descobrir a sensação maravilhosa que é explicar a realidade do meu futebol aos estrangeiros. Meu inglês é fraco, mas mesmo assim foi o suficiente para tal missão. No caso, a guia, carioca, foi bastante esperta, e fez uma "barreira" com idosos e homens, colocando as garotas bonitas no centro. Mas tal situação não me incomoda, estádio nunca foi lugar de arrumar mulher.

Calhou de eu ter ficado a partida toda conversando com uma coroa. Seus belos olhos azuis eram de uma grande simpatia, e ela mostrava muita atenção pelo que eu falava. Quando o jogo iniciou, porém, minha postura obviamente se tornou hostil, voltando ao normal no intervalo. Falei sobre o Loco Abreu, pensando ser essa a saída mais fácil me fazer entender. Nada, a nórdica sequer sabia sobre a Copa. Falei um pouco sobre copas antigas, pra explicar sobre o Garrincha, que ela igualmente não conhecia.

Não era pelo gênero, pois na Dinamarca a seleção feminina é boa. Eles simplesmente não se importam com futebol, acho.

Surgiu o gringo maluco, gritando os cantos que ele compreendia(ou achava que compreendia). Deram-lhe uma bandeira, uma camisa e dois chapéus, o cara vestiu e posou para foto, e no final ganhou em definitivo a bandeira. Coisa de carioca, acostumado que é com os turistas.

Um cara bandeirou sobre o grupo, brincando. "Gar inch a", a senhora dizia tentando repetir minha fala.

Mas o intervalo estava terminando, e eu voltei para a insanidade.Só poderia ser entendido pelos gestos e coreografias universais. Em um momento o jogo parou, e ainda pude explicar que aquele era um "town's derby". Considerou o público grande, os poucos mais de 20 mil pessoas. Tomou um susto quando falei dos públicos do velho Maraca. 

Eles saíram antes do fim do jogo, para evitar confusão. Eu fiquei na vontade de trazer mais gringos pra dentro do estádio. Quem sabe pro futuro.

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